domingo, 9 de maio de 2010

Eureka!


Depois de preparar um sopa de abobrinha, cansada de trabalhar o dia inteiro, eu não queria mais ver livro na frente. Nem gente em carne e osso. Restou a TV e a novela das 21h: casamento da personagem de Aline Moraes. Nunca assisto a essa novela (Leblon como ideal civilizatório é demais), mas cena de casamento é, e sempre será, cena de casamento - irresistível!

Tudo corria normalmente. Comentários idiotas, vestidos lindos, decoração também, eu pensando "isso eu usaria, daquilo não gostei"...
Do outro lado da tela, a sopa já tinha acabado e um Merlot singelo desaparecia rapidamente da taça. Eu já desenhava, mentalmente, o vestido dos meus sonhos - algo para se usar de manhã. Foi aí que as irmãs da noiva entraram no quarto e fizeram a pergunta capital: "Você escreveu nossos nomes na barra do vestido?"
Como a Aline Moraes e o Maneco não querem encalhadas por perto, a noiva disse um SIM bem largo, e uma costureira-elenco-de-apoio fez questão de mostrar os nomes das moças escritos com batom na primeira das muitas saias sobrepostas.

Eureka!
Cara, como é que eu, Jo, não pensei nisso antes? Será que alguma de minhas primas ou amigas fizeram o favor de escrever o meu nome na barra do vestido? Pelo andar da carruagem, tou achando que não (eu era orgulhosa demais para pedir isso a elas, e ainda por cima não tinha encontrado o cara certo).
Mas nem tudo está perdido. Uma querida amiga se casa em outubro, e se eu pedir pra ela esse favorzinho, aposto que vai dizer SIM.

P.S.: A moça glamourosa aí da foto é ninguém menos que Julie Andrews em The Sound of Music (A noviça rebelde).
Na barra do vestido dela, eu fico imaginando, havia o nome da enteada (mais velha dos irmãos, a garota paquerava um carinha que depois ia se tornar soldado nazista, mas é claro que não foi com ele que ela se casou).
Mas será que com um vestidão desse ela só ajudou uma solteira? Cabem os nomes do convento inteiro! Já sei. Maria, ex-noviça, coração imaculado, pode ter feito a caridade de escrever "baronesa Elsa Schraeder", nome da aristocrata de meia-idade que quase conseguiu fisgar o capitão Von Trapp. Bondade? Nem só de pureza vive a mulher: esse seria um jeito politicamente correto de garantir que a concorrente desistisse de vez.

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